sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Coisas que eu deixo voarem...

Antes de continuar a dividir minhas memórias, gostaria de deixar aqui um pouco sobre o motivo de querer publicá-las.

Como disse, mudei tanto ultimamente que até me assusto e acredito que não me reconheço mais. Talvez seja exatamente isto o que eu preciso agora: definir quem fui, divulgar logo a quem interesse, para que eu possa deixar tudo pra trás e começar uma nova história, uma nova fase.

Há exatos dois anos eu comecei a perder contato com minha identidade.

Agora não penso mais como pensava antes, não vejo o mundo da mesma forma que via antes, não me reconheço a lembrar de algumas situações e decisões que tomei.

A seguir, publicarei alguns trechos de diários meus para ter uma chance de expressar e também guardar a memória de alguém que parece que perdi, mas que deve estar guardada bem fundo no meu inconsciente.

Trechos de diários - Parte I

Quando a depressão começava a mostrar-se, a confusão de tantas dúvidas e receios que cegavam parte da perspectiva de realidade.



"Ribeirão Preto - SP
31 de julho de 2011

{Talvez encontrar conforto nestas palavras...}

Estou passando por um momento que, nos últimos meses, jamais imaginaria que seriam tão complicados de passar sozinha.
São questões importantes sobre o futuro da minha existência, e sei que tudo vai depender das decisões que tomar.
Passei os últimos anos em uma espécie de "universo paralelo", me ausentando emocionalmente dos acontecimentos à minha volta.
Com frieza demais, eu admito.
E, agora, me sinto fraca o suficiente para reconhecer minha solidão.


→ Sou uma violinista? Conseguirei chegar a algum lugar com esta Bolsa? (pensando em tudo que eu ainda tenho pra ser em tão pouco tempo).
→ Sei que a minha alma sorri para todas as direções, esperando ser reconhecida, aguardando um sorriso em troca. É assim que vejo essa busca incessante pelo amor perfeito.

E, pelo jeito, dessa vez eu não me encontrei.

→ Ao mesmo tempo: como separar pensamentos profundos de puro profissionalismo? (Eu já não previa tudo isto? =/ )

O equilíbrio do mundo é feito de desequilíbrios.
→ Mas agora é hora para desequilíbrios?! Eu achava que não...


Não o reconheço, nem me reconheço mais nele. É algo realmente engraçado de se perceber, o quanto mudamos em 1 ano.


→ E eu preciso encontrar um rumo pra minha vida, me endireitar nos eixos; dar a louca e fazer certo.

→ Por que meu coração sempre buscou prender-se a alguém? Freud explica? A Bíblia explica? Jung explica?... Eu explico?

Preciso evoluir disto, preciso estar à frente disto.
Não posso me prender ainda. E ainda não estou tão animada para sofrer outra vez.

[Talvez o balanço das árvores possa me trazer a cura.]


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[P.S.²: Talvez eu precise encarar a realidade.]"